segunda-feira, 15 de junho de 2009

Carlos Drummond de Andrade

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,que, decifrado, nada mais existevalendo
a pena e o preço do terrestre,salvo o minuto de ouro no relógiominúsculo,
vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida.
Amor começa tarde.

1 comentários:

Helô Müller disse...

Oh meu Deus !! E como começa ... já estou até cansada de esperar ! rs
Drummond, Drummond, vc foi o Poeta dos Poetas ! Aliás, "é" !
Helô