segunda-feira, 8 de junho de 2009

"Eu quero chafurdar na dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina e ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum pana qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?”

[ Os Sobreviventes ]

2 comentários:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Olha, estive passeando, avistei teu espaço, invadi, gostei e não resisti em te dizer que nada que se faz sem fé, apresenta resultado, que realmente valha a pena.

Beijos,

Furtado.

Helô Müller disse...

Este texto pegou pesado ! Demais da conta mesmo ... e dele eu só conhecia a última frase, e adorei tê-lo lido mais completo !! Passa a fazer mais sentido, sem dúvida alguma !
Beijos meus !
Helô
Volte sempre por lá, viu ! Ficarei feliz e seu Blog, como eu já havia dito, é de extremo bom gosto nas escolhas dos textos e postagens !!