quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Um doce espanto para uma branda insônia

Depois de nosso último encontro ao confessionário imaginário, maior para mim que o mundo inteiro, pois há nele lugar para dois; a decência amotinou-se em furtivos e impacientes círculos, calorosos espirais profundos de um inferno digital. Depois de nosso último encontro, o repentino se tornou constante. Sou mais impassível do que as cartas confinadas nas lixeiras! Nesse subterrâneo de todas as noites, enterrado com frívolas despedidas, o teto de meu quarto é o infinito de minhas olheiras insólitas. O meu repouso interminável na Rue Git-Le-Coeur é um requinte dispensável, e o brinde de cestos cheios de borrões é a distinta obscenidade ignorada. Os meus lápis estão mais do que nunca apontados para espetar os olhos de garotas, única distração imatura de um delinqüente escritor suburbano de caligrafia amorosa: - Antes que amanheça e a lua parta sem se despedir e o sol desabe sobre nós, bem que um cometa poderia cair em nossos copos entre um garrafa e outra de fervor. Assim, nossos beijos censuráveis seriam arrebatadores de zelo inconveniente e o clarão da noite nos guiaria para o descanso em algum colchão em brasa.
[Corrêa da Beca S/E]

Presente que recebi de um querido amigo.
Obrigada pela camisa e pelo livro também...ADOREI

1 comentários:

Anônimo disse...

Amigo?! Fala sério! Esse cara arrasta um quarteirão por ti!